terça-feira, 4 de novembro de 2014

Trip IV - Berlim

Faz mais de dois meses que fiz essa viagem, mas tá na hora de falar sobre uma cidade que pra mim, se tornou fascinante.

No dia 22 de agosto entramos de férias do curso de inglês, e no dia 24 eu e o Rafael saímos de Budapeste com direção à Berlim às 08 da noite, de trem, pela MavStar. A viagem foi bem ruim, embora tivesse escutado que “trem é mais confortável”, não achamos. Sentamos um de frente pro outro e não tínhamos onde enfiar as pernas. As poltronas não deitavam, a luz da cabine ficava acesa a maior parte do tempo e de parada em parada, que foram muitas, o fiscal entrava pra checar os bilhetes. A noite de sono foi horrível.

Chegamos na Hauptbahnhof Berlim no dia seguinte pela manha, que por sinal já nos deu um ensaio sobre o que viriamos na cidade. A estação é simplesmente linda. Saímos de lá e largamos as malas num locker da estação e partimos em direção ao Portão de Brandenburgo, ponto de encontro do Free Tour do Sandeman. O tour é free, mas os guias trabalham na base da gorjeta. Se você achar que vale a pena, ou não você dá o quanto achar justo. Tem quem dê moedas até que dê 20 euros.

Hauptbahnhof Berlim



Reichstag - Parlamento Alemão



É possível fazer um tour pelo parlamento, em inglês, mas tem que ser feito a reserva pela internet com muita antecedência. Como não fiz, não consegui realizar. Faça a reserva por aqui

Portão de Brandenburgo


Memorial do Holocausto - O memorial do holocausto não é só essa praça com essas colunas, mas há também um museu na parte subterrânea da praça. Com o tour, só passamos pelos monumentos. ps: É proibido/desrespeitoso subir nas colunas! Dica da guia.



Ponto por onde "passava" o Muro 



Check Point Charlie - Esse lugar representa a passagem de um lado para o outro da Alemanha. Se você quiser, eles carimbam seu passaporte como era feito na época com um "DDR" - Deutsche Demokratische Repulik que significa República Democrática Alemã, custa 2 euros.



Eu não aproveitei tanto o tour pois não consegui acompanhar o inglês da guia. Esses tour normalmente são jovens que moram na cidade mas são de outro pais onde a língua nativa é a que o tour será realizado. No caso, a guia era Australiana. Passamos por vários pontos na cidade, e o tour durou cerca de 2:30


De lá saímos e fomos para o Museu da Topográfia do Horror, que conta a história sobre como nazismo se tornou o que foi e como o Holocausto foi planejado. O museu tem a parte interna e externa, e é exatamente no mesmo lugar onde fizeram tal planejamento.


Muro de Berlim passando em frente:





A próxima parada foi o DDR museu, que é o museu da Alemanha Oriental. O museu mostra como a vida era durante o período da Guerra Fria para a Alemanha Ocidental de uma maneira bem interativa e divertida. Tem desde cômodos da casa até o carro da época. Inclusive o carro tem um simulador de como era dirigi-lo na época. A entrada foi 4 euros e eu comprei pela internet com horário agendado.








Depois disso voltamos pra estação pegar as bagagens e fomos pro Check In Hostel que é próximo de um ponto turístico, Check Point Charlie, tem mercado perto, e muito barato, 13 euros. Estávamos mortos e precisávamos descansar, tínhamos mais 5 dias de turista.

Havíamos nos programado pra ir fazer uma parada meio diferente, que as pessoas geralmente não fazem. Fomos no Zoo de Berlim, que não é qualquer um. Tem cerca de 1500 espécies e 20000 animais e ainda é um dos 3 maiores do mundo. Tem tudo que é tipo de animal, urso polar, elefantes... só não tem Panda, que morreu em 2012. Uma pena.  Mas o passeio vale muito a pena não só pelos animais, mas com certeza pelo próprio parque também, gastei 3 horas, Paguei 10 Euros pra entrar.








Aproveitando o caminho, paramos num dos lugares que foram um dos mais interessantes pra mim: O estádio Olímpico de Berlim que foi construído para a Olimpíada de 1936 para substituir o “Estádio Alemão” que foi construído para a Olimpíada de 1916 que acabou não acontecendo por conta do início da 2ª Guerra.  Esta é ainda uma das poucas construções ainda restante da época do Nazismo de Hitler em Berlim. Também sediou a Copa de 74 e a de 2006, quando ocorreu a última reforma.  Em 2006 sse estádio sediou jogos do Brasil X Croácia e também a final da copa daquele ano em que a Itália saiu campeã sobre a França.








No caminho de volta ainda aproveitamos pra passar no Monumento Siegessaule, ou Coluna da Vitória, que foi construída para comemorar a vitória Prussiana durante a Guerra Franco-Prussiana em 1873. É possível subir e ter uma vista linda da cidade, mas preferimos ficar só embaixo, pois iriamos subir na Torre de TV. A torre fica no meio do Tiergarten, que é um parque gigantesco no meio de Berlin, ao lado do Portão de Brandenburgo.






De lá fomos diretamente pro hostel, pegamos nossas bagagens e fomos pra Copenhague, de avião, e voltamos no dia 28 à noite. Saímos pra turistar no 3º dia em Berlim No East Side Gallery, que se trada da parte mais conservada do Muro de Berlim. Esse trecho tem 1,3km de extensão e possui 105 pinturas de artistas de todo o mundo e representam a liberdade Pós-Guerra Fria.
Eu aproveitei pra deixar um recadinho para as pessoas que amo no murro. Muita gente faz isso, e inclusive virei atração, algumas pessoas tiraram fotos minha escrevendo no muro.








Em seguida fomos para a Alexander Platz, a principal Praça da Cidade, com vários pontos turísticos ao redor. Além disso é um centro comercial e cultural. Pessoas se apresentando, se manifestando, e comprando. Lá fica a Primark, uma loja com roupas muito baratas porém com qualidade meio duvidosas. Tem também a Saturn, loja de eletrônicos da Alemanha, com preços bastante satisfatórios. Pra quem quer gastar, esse é o lugar.




Na praça além de visitar as lojas, fomos também à Dom, a Catedral de Berlim e também na torre de TV.
A Dom é a Catedral de Berlin e é linda! Paguei 4 euros pra entra. Lá dentro o órgão estava sendo tocado e foi sensacional. A igreja tem uma cripta com vários caixões de nobres do século XVIII.







A Fernsehturm, que é a Torre de TV, tem 368 metros de altura, e a plataforma de visitação tem 203 metros e é possível ter visão completa de Berlim. Eu adoro lugares altos, e esse foi sensacional. Vale a pena, recomendo fortemente a subida. Custa 13 euros, e tem uma fila de mais ou menos uma hora pra espera. Também dá pra comprar pela internet, mas não recomendo pois o tempo pode variar e pegar um dia nublado não vai valer a pena. Tivemos sorte pois o céu abriu próximo da hora da nossa subida. 












Nessa noite, eu e o Rafael encontramos o Felipe e o Mauro para fazer um Pub Crawl, custou 12 Euros e foi uma bosta. Os pubs eram ruins, as bebidas eram caras e a animação zero. Quando chegávamos nos pubs as únicas pessoas que lá estavam eram a galera do Pub Crawl. Um deles não tinha absolutamente ninguém, literalmente nós que tínhamos que fazer a festa. A partir de então eu decidi que não fazer mais esses Pub Crawls, acredito que vale mais a pena fazer uma pesquisa por conta própria e ir para os lugares que mais parecem interessante. Fomos embora antes de chegar na ultima balada.

No ultimo dia fizemos 4 coisas: A primeira delas foi ir ao Mercedes Benz Gallery, que é uma loja da Mercedes mas com um requinte histórico, mostrando a história da empresa. É bem legal, grátis e rápido. Pra quem gosta de carro vale a pena.







Aproveitando o caminho, passamos na Ritter Sport, que é uma marca de chocolates Alemã. Lá, além de “barato” o chocolate, tem muita variedade e o mais legal é que você pode criar a sua própria barra de chocolate. É feita na hora, é só esperar ficar pronta. Tem uns sacos com 2 quilos de chocolate por 12 euros. É até meio absurdo porque o chocolate além de bom, é barato, vale passar por lá!







A ultima parada foi o Museu Check Point Charlie. A entrada custou cerca de 10 Euros, sem desconto para estudante. O passeio foi curto, cerca de uma hora, uma hora e meia. Não consegui tirar fotos, mas o museu mostra as várias maneiras que as pessoas usaram para atravessar o murro entre as duas Alemanhas. É muito interessante, pude perceber o quanto o ser humano é capaz de criar, inovar e fazer loucuras baseados nas necessidades.

Antes de ir pra Berlim acreditava, que assim como outras cidades que visitei a história recente seria a 2ª Grande Guerra, o Nazismo, Holocausto e esse assuntos relacionados mas eu estava enganado. Embora existissem museus relacionados a isso, como o memorial do Holocausto, Topogafia do Terror, a cidade respira a Guerra Fria. Depois de passar os quatro dias lá, percebi que isso tudo fazia muito sentido.  É natural que as pessoas façam “questão de esquecer” o passado ruim, e que até certo ponto  se sentem responsáveis por isso e substituir por algo que eles sofreram, que no caso foi a divisão causada pelo muro.

Esquecendo tudo isso, analisando a cidade como isoladamente, ela é simplesmente foda. A cidade pulsa, 3,5 milhões de habitantes. É viva, agitada, tudo limpo e organizado, construções belíssimas não só velhas, mas modernas também. O transporte público excelente, dá pra ir pra qualquer lugar, a qualquer hora. Voltamos do Pub Crawl de madrugada e usamos os metros que não param de funcionar, embora com menor fluxo. Eu diria, que seria uma cidade que eu moraria com certeza, inclusive senti saudades escrevendo o post.

Quero agradecer a Beatriz Bonach, que me ajudou a construir o roteiro! Ela fez um roteiro de Berlim muitíssimo detalhado, simplesmente perfeito! Muitos dos lugares que passei foram graças as dicas dela =D \o/